Poesia/Imagem: Danízio Dornelles
Amargo é o gosto do que não sinto
No verbo exposto em suor e absinto
Na escuridão a esmo e de mim mesmo
Margeia o fogo - e já o pressinto
Como num jogo ou num labirinto
A nuvem negra absorve a lua
Depois desvenda - delírio e afago
O mistério vago da imagem nua
Estás e não estás, cantiga e riso
Eis que te tenho, em carne e voz
Depois o abismo fecunda o espinho
E pelo caminho, só rastros de nós
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