Poesia: Danízio Dornelles
Afastem a noiva do meio da estrada,
Que eu quero, calado, passar e passar...
Afastem a noiva de vestido escuro,
Que a fé, o futuro, pretendo salvar...
Não quero seu beijo (buquê de espinhos),
Só quero, sozinho, poder caminhar.
Afastem a noiva que há tempos me espera,
Que nem toda a fera se pode amansar!
Afastem a noiva da treva escura,
Que chega, procura, e fica a chamar...
O enlace é eterno, ninguém mais separa,
E o tempo repara as feridas da vida.
Afastem a noiva, a noiva secreta,
Que fez-se de poeta e beijou Alfonsina!
Afastem a noiva calada e sombria,
Que o amor inicia o que à noite termina...
Nenhum comentário:
Postar um comentário