25.3.12

Pesadelo


Autor (poesia/imagem): Danízio Dornelles
O silêncio inquieto espreitava em mim
Às voltas com o medo de perder a chama
A loucura inerte pressentindo o fim
Acendia lua entre os lençóis da cama

Uma morte antiga sorria ao pecado
De pensar eterno o que ora se desfaz
Baú de promessas no tempo guardado
Instante de apego num brilho fugaz

Delírio de amor - insana semente
Frágil tempestade que sucumbe aos dias
O avesso do espelho no olhar que sente
Conduz ao agosto a inversa utopia

O fruto dos lábios desfaz a quimera
Efêmero encanto se faz pesadelo
Naufraga a poesia no mar da espera
Sucumbe o desejo por entre os cabelos

Entre tal devaneio, quem sou, afinal?
- A alma da noite que sangra a tormenta
- O soturno do dia em olhar lacrimal
- O delírio incontido que a vida sustenta

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