15.1.12

Escuridão da poesia


Autor (poesia/imagem): Danízio Dornelles
Na escuridão,
na geografia dos olhos,
sangro por ti
vermelhas palavras,
que morrem no vazio das mãos;

Em silêncio,
uma navalha de fogo
corta retalhos de epiderme,
que escorrem pelo sulco das horas,

Um imenso sol
se acomoda em mim
e fica distante demais,
distante demais...
a queimar e queimar
numa agonia sem fim.

Ao amanhecer,
uma morte branca me sorri,
Desapareço!
Sucumbo aos primeiros raios...
E só volto a viver
na escuridão da poesia
das vermelhas palavras que me trazes.


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Desvario secreto
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2 comentários:

  1. uauuuuuu guri!

    acho q muitos de nos

    renascemos assim!

    bjim guri

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    Respostas
    1. Gracias pela visita, Guria!

      Verdade. Somos essa massa nada homogênea de luz, inquietação e renascimentos. Acho que é uma condição existencial (ou quase).

      Saludos!

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